31 de julho de 2007

a TeRNUra dA Noite

«É bom pensar... sentir a presença das nossas memórias, das nossas recordações que parecem tão próximas apesar da distância dos anos. Muitas vezes, ou quase sempre, o recordar implica uma ausência, algo que falta e que, porque queremos que esteja connosco, levamo-lo para aquele sítio especial.
Muitas vezes eu recordo momentos, sensações, pessoas não porque estou só ou carente mas porque são algo de muito precioso para mim. Gosto desses momentos: à noite, na varanda, sentindo o fresco da noite, depois de um dia de calor intenso, como que a renovar a frescura da vida que tantas vezes se parece desgastar ou enfraquecer.
Ao recordar, sentindo a frescura que nos invade, sinto também um calorzinho intenso muito querido e reconfortante no meu interior. As palavras não expressam nada do que se sente, fica-se apenas (e já é muito) pelo sentir, deixando que nos invada e nos tome por completo. Depois de longos trabalhos, de preocupações que absorvem a nossa atenção, a noite une todo o nosso dia, todas as nossas pequenas ocupações, tudo o que se foi deixando aqui e ali, disperso e confuso.Tudo é importante no quadro que se pretende pintar. Tal como os espaços vazios, também os pretos contribuem para uma harmonia que se percebe quando nos propomos ver de longe. E isso é difícil, implica que fiquemos expostos, sem preconceitos ou medos... apenas nós mesmos e os nossos olhos.»


[pequeno extrato]

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