31 de maio de 2007

"iURe an INjUrIA" (PArTe uM)





1ª TEORIA DO CHARNECA

Gustavo, com pinta de “ Charneca” (a sua alcunha), finda o seu percurso casa-faculdade-casa, sem interrupções no Café Central. É tão instantâneo: poisa a Eastpak, bebe um copo de água e sem que dê por isso já está a fechar a porta de casa, a descer as escadas do prédio, e pronto a abrir a porta do Smart Roadstert. E “eis senão quando” (em estilo de narrador entusiasta à espera de uma surpresa um tanto imprevisível), desiste, vai a pé…

(…)

As reticências são o espaço mais ou menos necessário que levou a que o Charneca, teórico nos tempos livres mas “engenheiro de coisas e afins” em potência, se sentasse no banco de jardim na Praça Ponto Central. Escusado será dizer que era verde e feito de madeira, afinal todos os bancos de jardim são assim (tal e qual). Estes bancos de jardim são das poucas coisas imutáveis que existem; quer dizer, o Charneca nunca pensou que eles pudessem ter outra cor. «Mas porque é que os bancos de jardim são verdes?» pensa, repensa e volta a pensar e, não lhe vem nada à mente, nem sequer à imaginação (o lugar onde tudo é possível, onde tudo se pode controlar). Ao que parece não é lícito conceber bancos de jardim de outra cor que não em verde, sejam eles na Praça Ponto Central ou simplesmente no quintal. «PORQUÊ VERDE?» E ele pensa…repensa…e volta a pensar.
«Esquece!!!», ao falar para os seus botões e, senta-se sem reparar que horas eram, mesmo usando um relógio em cada pulso («cada maluco as suas manias» diz a Clarinha). Sem reparar no tempo, fica calado, não pisca os olhos. Levanta-se e vai embora, pois afinal todos os bancos de jardim são iguais, também as pessoas e os seus problemas, as suas inquietações e aspirações. «Terão elas sangue verde??? Não!?!?!?!?...». E voltou para casa. Amanhã é novo dia… (e se é!).

[lat. “Iure an injuria” = port. “com razão ou sem ela”]

uM pOemA

Com o sol de cada manhã,
Que rompe sem pedir licença
Uma brisa renovada e fresca, mas não estranha,
Invade-nos por completo e faz-nos sua pertença.

Ao abrir os olhos cada manhã
Vemos as cores tomarem o seu sentido
Enquanto no nosso coração se entranha
Mais que um sentimento, um dom que é vivido!

É a vida que nasce em cada manhã
Somos nós que podemos nascer cada dia....

Não nos limitemos a acordar...
Isso não depende de nós...

Procuremos fazer nascer um novo Sol em cada dia da nossa vida!
Temos de nascer... de renascer...

Unamo-nos definitivamente ao ciclo natural da natureza....
Há uma manhã... há uma tarde.. há uma noite...

Não nos esqueçamos que: há sempre um SOL!!!

30 de maio de 2007

GReve GerAL...


É claro a toda a gente que o nosso querido País está atrasado em quase tudo!
Mas, perante esta crise, porque não parar?? Cruzar os braços e descansar…
Os políticos que façam isto mexer!
Do meu suor para o meu próprio bem?? Nem mais uma gota!
Este Blog aderiu à greve, para o seu próprio mal!

Será por aqui o melhor caminho???

29 de maio de 2007

aMigOs, amIGos... neGócioS À paRtE?!...

Diga-se, em boa verdade, que a sabedoria popular tem muito a dizer àqueles que preconceituosamente a enxotam e lhe recusam qualquer valor!... Lembram-se? Vox populi, vox Dei... Mas não sejamos acríticos. Também se engana! Olhe-se para a concepção de amizade que aquele pequeno adágio transporta consigo... Mais grave ainda, olhe-se para a prática de amizade de que é reflexo! Felizmente, não é a única; mas parece-me a mais generalizada...
Com isto, quero alertar sobretudo para o uso corrente da palavra "amigo", ao que parece, demasidamente vulgarizada e pouco fiel ao que a amizade verdadeiramente é. "Ah! Eu tenho amigos aqui e acolá!" Enfim... "conhecidos", gritar-lhe-ia!
A amizade não é senão um nome do amor, um dos seus ramos, uma das suas vias de concretização. É um modo concreto de amar, de se auto-implicar na relação do "eu" com um "tu"; aliás, com o "tu", porque, na verdadeira amizade (e realmente não há outra... pois se não é verdadeira, não é, simplesmente!) aquele "tu" não só é muito concreto, como é de sobremaneira especial! Sim, a amizade tem destas coisas... É séria, não pode deixar prevalecer a passividade!
"Pois - deves estar a pensar -, este deve ser perfeito a vivê-la!" Não sou! É verdade. Mas pensei sobre isto... e percebi que a amizade é muito mais digna do que eu jamais teria imaginado! Está nas minhas e nas tuas mãos começar a dar a volta a isto!!... O copo enche-se com gotas...

uM bAncO diFerEntE...

Se eu perguntar: "O que é mais importante para ti?", entre muitas respostas, dir-me-ás que é ter amigos com quem me sinto bem e com os quais procuro ser feliz. Mas ambos sabemos que grande parte das pessoas responderia que é "ter saúde, dinheiro" e... Por aí...
Então se o dinheiro é tão importante e se até criaram e desenvolveram os bancos para que esteja bem guardado, e possa render, nós vamos ter de criar algo, um banco diferente onde possamos guardar o nosso tesouro. Sim... então pensemos juntos: Onde guardar os nossos amigos? É difícil encontrar um lugar suficientemente grande, aconchegado...
AhHhhHh! Penso que não precisamos de criar nada afinal... Que tal guardá-los no nosso coração... É o local mais seguro que temos: só lá entra quem nós queremos; é o maior espaço que podemos encontrar: tem os limites do nosso infinito amor; é o aconchego mais suave que podemos preparar.
Enfim, é o lugar onde sempre nos podemos encontrar e reencontrar sem nunca nos separarmos!
E então: Amar para viver ou viver para Amar?

uM teSouRo...

«O Reino do Céu é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem encontra. Volta a escondê-lo e, cheio de alegria, vai, vende tudo o que possui e compra o campo. O Reino do Céu é também semelhante a um negociante que busca boas pérolas. Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo quanto possui e compra a pérola
Mt 13, 45-46

28 de maio de 2007

UMa BurRa_FeLiz


Um dia, perguntaram à Madre Teresa de Calcutá o que sentia quando a aplaudiam, nas salas nobres das grandes universidades, nos lugares sagrados das grandes religiões, nos espaços famosos das grandes instituições.
Que acham que respondeu? Pergunta matreira, esta, não é? Tal como aquela que fizeram um dia a Jesus; pagamos ou não os impostos aos Romanos? (
«Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.» - cf. Mt 12, 13 - 16)
A Pobre Santa encontrava-se, aos nossos olhos, num dilema…

Se dissesse que não sentia nada seria tomada como insensível, provavelmente acusada de ter um coração de pedra, indigna merecedora da admiração do Mundo. Se, por outro lado, dissesse que ficava lisonjeada, uma ponta de orgulho poder-se-ia vislumbrar, supor, pelo menos. Talvez não fosse assim tão santa, diriam…
Ela, contudo, não demorou a responder, como era seu costume. - Fico contentíssima! - disse.
Enquanto recebia todos os aplausos, ela pesava em Jesus. Pensava na cena do Dia de Ramos que precedeu a festa da Páscoa. Pensava no seu Mestre, entrando na cidade de Jerusalém, sentado num pequeno burrinho, sendo aclamado por toda a multidão.
Ela, claro, era o burrinho.
Um burrinho feliz!

[fonte: LEMOS, Nuno Tovar de - O Príncipe e a Lavandeira. 5ª ed.]

VolTAdo PAra JeSUs pERceBes qUe...

O Amor é um sentimento muito belo e muito puro para andar na ordem do dia, nas "conversas de café", nas revistas ou na TV; o Amor deve estar no coração das pessoas, só assim ele é verdadeiro: É Amor. Não é um sentimento que limita, que traça fronteiras, antes pelo contrário, abre novos horizontes, faz sonhar, faz com que procuremos ser melhores, só assim é Amor. O Amor é contrário ao comodismo, mais, eles não se dão juntos, no mesmo coração: um coração que ama não deve querer ficar como está mas deve querer Amar mais, deve querer voar mais alto, só assim o Amor é verdadeiro.
O Amor é também universal pois, em diversas manifestações, abrange diverso corações, uma causa, as pessoas, amar é, então, Ajudar. É também universal pois se amamos alguém temos necessidade de amar o que ele ama, entre muitas coisas nós próprios pois ela também nos ama. O amor é então um espelho pois só podemos amar alguém quando primeiro, olhando para nós próprios, nos amarmos pelo que somos, pelo que fazemos e pelo que sentimos... Olhemos então para JESUS...

Amor é Amar.
E Amar pode ser tudo aquilo que fazemos basta que o façamos com Amor.

PAlaVraS dE aMor



"Como podeis falar de coisas boas, se sois maus? Porque a boca fala da abundância do coração. O homem bom, do seu bom tesouro, tira coisas boas; e o homem mau, do seu mau tesouro, tira coisas más". (Mt. 15, 34)
E então: Amar para viver ou viver para Amar?

Um bLog pAra ti e paRA mIm

Quando se fala em fazer algo para mudar o mundo, a mentalidade, pensamos logo em coisas grandiosas e, por isso, quase impossíveis ou só para heróis. Este Blog, não querendo ser atrevido, quer isso mesmo: mudar. Não é mudar o mundo todo, mas mudar certos "mundos" que podem ser os nossos corações ou as nossas vidas...
Não pretende dar lições de moral, de vida, conselhos ou outra coisa qualquer, a não ser partilhar algo de cada um de nós, sabendo que pode ser útil para ti ou para alguém que vai ler ou que está a ler. Sim: PARTILHAR!
Vamos todos PARTILHAR.

E então: Amar para viver ou viver para Amar?

27 de maio de 2007

A fARinHa...

Trigo limpo farinha amparo, é assim que diz o Povo (Povo com P grande)!
E o Povo tem sempre razão… Vox populi, vox Dei.

Ouvi, esta semana, compararem a nossa sociedade a um saco de farinha. (Não, para variar, não foi com a expressão “são todos do mesmo saco”, mas tinha razão de ser na mesma!…)
Fazendo jus dessa comparação, cada um de nós é como um pequeno grão do saco. E é verdade! Somos pequeninos, muito pequeninos; estamos perdidos e passamos despercebidos, entre o resto do quilo onde estamos integrados.
Ora, perguntavam-me, de que é que serve um pequeno grão isolado? Se bem que o quilo de farinha nunca seria o quilo de farinha se não tivesse cada um dos minúsculos e perdidos grãos que o compõem, a verdade é que um grão isolado não chega para realizar os objectivos de quem o compra, fazer um bolo, por exemplo!
Perguntaram-me depois: e o que é que une esses grãos? Se bem que eu não seja cozinheiro profissional, especialista em sobremesas deliciosas, é obvio que o que liga os grãos de farinha é a água, ou equivalente.
Onde é que se quer chegar? À sociedade, evidentemente! Somos pequenos grãos, minúsculos e perdidos. O que é que nos une?
O nosso saco de Farinha (a nossa Sociedade) tem arranjado muitos nomes para a gosma peganhenta que nos une. Solidariedade, Entreajuda, Voluntariado, Cooperação, Companheirismo… uma infinidade de palavras.
Enfim, todas muito bonitas, sem dúvida, e, quando bem entendidas, muito profundas também! Mas, sejamos sinceros, são formas imperfeitas, que os Sacos laicistas adoptaram, de nomear uma coisa muito mais profunda que, nos nossos dias, parece meter muito medo a muitos grãos.
Meter medo, porquê? Porque é verdadeiramente peganhosa, no profundo sentido do termo!...
Quem é cristão, obviamente, sabe a que me refiro. Contudo, falar em… Amor… é cada vez mais démodé. Para além disso, é arriscado. Não sei, desconfio que nem todas as pessoas alcançam a profundidade deste termo (porquê?... – tema para outro artigo!); parece-me, com efeito, que muitas se ficam pela rama! Alternativas?… Falar em Caridade..., então, está totalmente fora de questão! É que, se de Amor ainda se tem uma vaga noção, de Caridade… desconfio! Pobre S. Paulo...
Bem, a verdade é que, por detrás dessas novas marcas de gosma está, impreterivelmente, a mesma cola, o “aMor”… E não vale a pena discutir. Onde há bem, há amor, sob pena de não haver bem! Sob pena de não haver gosma!
Para quem não consegue admitir que Cristo tinha razão, e a todo o custo se quer livrar do seu mandamento, só há uma solução: viver só, isolado. Mas viver isolado será, no profundo sentido do termo, viver? Tendo em conta que nós somos um ser em relação (tema para outro post) eu diria que não!
Visto isto, detenhamo-nos um pouco sobre as vantagens de Amar, isto é, de nos 'apeganharmos' uns aos outros!
Em primeiro lugar, é só juntando os grãos do nosso saco que se consegue fazer o que quer que seja, mesmo que seja algo torrado! Mesmo assim, correndo embora o risco de nos queimarmos, o que é que é comestível: farinha em pó, ou pão preto?!
Meus senhores, não tenhamos dúvidas de que esta metáfora é muito bem aplicada à nossa vida. Nós somos, com efeito, pequenos grãos no meio de todo este mundo. Grãos especiais, porque têm necessidade de estar ao lado de outros grãos, se não desintegram-se. Acontece que, estar ao lado é necessário, mas não um fim em si mesmo. O fim é unirmo-nos aos outros grãos para formar um bolo. Para que é que temos que formar um bolo? Para nos realizarmos como grãos. Para sermos mais úteis ao padeiro que nos forma. Para vermos mais longe e sermos mais fortes (os bolos não voam ao vento como a farinha). Para uma infinidade de coisas!
Façam o favor de ser felizes, façam o favor de amar. Apeguenhem-se, e apenguenhem o mundo à vossa volta!
Toca a regar esses sacos!...

26 de maio de 2007

A iNtroDUção

O nosso país, a nossa sociedade, enfim (porque a sociedade e o país são feitos de pessoas), o nosso povo, são coisas muito mesquinhas. É pena, mas verdade…
Reparemos a que é que o povo de Portugal dá mais importância: futebol, escândalos públicos, telenovelas, futebol da segunda divisão, crendices, dinheiro e crise económica, umbigo…

Não hesito em colocar o futebol em primeiro lugar. É certo que nem todos portugueses são fanáticos pelo futebol; mas a verdade é que não há um único jornal ou diário público de informação que não tenha que trazer um boa resenha do que se passa nos nossos estádios. Nenhum deles se atreve!
Depois, o que uns têm a menos outros compensam mais do que satisfatoriamente.
Também não hesito em afirmar que o futebol português está cheio de fundamentalistas e interesseiros, e que as massas associativas dos grandes clubes nacionais são quase regimes opressores, onde se lava a consciência do adepto e se implanta o interesse do dragão, do lagarto, ou da águia, respectivamente.
Escândalos públicos. Não é preciso ir muito longe. Não fosse a nossa praça estar a abarrotar deles. As declarações do Ministro da Obras Públicas, para começar. A dissolução da Câmara Municipal de Lisboa e o tamanho descaramento do Professor Carmona que se vai recandidatar. O diploma (qual?) de José Sócrates. As meninas do Pinto da Costa, as eleições na Madeira. Por aí adiante…
Quem não se recorta dos rios de tinta e dos metros de fita que correram sobre estes assuntos? Mudou alguma coisa?!... Confesso que não ouvi dizer!
Telenovelas. Não é preciso falar, pois não? Floribela? Morangos com açúcar? Tempos para isto e para aquilo, gente disto e daquilo? Lembram-se do Anjo Selvagem! Claro que se lembram! Pergunta estúpida!
Crendices, normalmente associadas ao dinheiro (ou à falta dele) e ao umbigo, isto é, à preocupação egoísta. Comecemos pelo rendimento mínimo garantido, ideia muito boa de António Guterres, sem dúvida, que pretendia auxiliar as pessoas mais carenciadas a reerguerem a sua vida. Pois, mas eu ainda estou para ver quem é que via erguer o País depois da forma como o povo português se aproveitou deste subsídio.
A culpa foi de António Guterres? Terá sido de Durão barroso? A mim parece-me que foi do nosso umbigo. Quem não sofre muito com isso são os ditos chamãs, ou mestres de vudu, ou professores, astrólogos (o que seja)… toda essa digna camada de gente! Porquê? Porque se fartaram de receber para que o governo mudasse… Mudou? Nem por isso, só mudaram os rostos!

Ora, perante tudo isto, O MUNDO_ANDA MALUCO tinha duas hipóteses: falar sobre futebol e novelas ou ter uma assiduidade de visitas de 2, ou 3 pessoas por semana, mais ou menos aquelas vezes que nos cá viermos!
Escolhemos a segunda hipótese (morcões), porque o mal do Zé-povinho é não pensar sobre o que está por detrás daquilo que fascinando-o, cega-o.
Vamos dizer: chega; e maltratar esses senhores que pensam que não sabemos pensar, esses sábios de praça, sofistas dos nossos tempos.