26 de maio de 2007

A iNtroDUção

O nosso país, a nossa sociedade, enfim (porque a sociedade e o país são feitos de pessoas), o nosso povo, são coisas muito mesquinhas. É pena, mas verdade…
Reparemos a que é que o povo de Portugal dá mais importância: futebol, escândalos públicos, telenovelas, futebol da segunda divisão, crendices, dinheiro e crise económica, umbigo…

Não hesito em colocar o futebol em primeiro lugar. É certo que nem todos portugueses são fanáticos pelo futebol; mas a verdade é que não há um único jornal ou diário público de informação que não tenha que trazer um boa resenha do que se passa nos nossos estádios. Nenhum deles se atreve!
Depois, o que uns têm a menos outros compensam mais do que satisfatoriamente.
Também não hesito em afirmar que o futebol português está cheio de fundamentalistas e interesseiros, e que as massas associativas dos grandes clubes nacionais são quase regimes opressores, onde se lava a consciência do adepto e se implanta o interesse do dragão, do lagarto, ou da águia, respectivamente.
Escândalos públicos. Não é preciso ir muito longe. Não fosse a nossa praça estar a abarrotar deles. As declarações do Ministro da Obras Públicas, para começar. A dissolução da Câmara Municipal de Lisboa e o tamanho descaramento do Professor Carmona que se vai recandidatar. O diploma (qual?) de José Sócrates. As meninas do Pinto da Costa, as eleições na Madeira. Por aí adiante…
Quem não se recorta dos rios de tinta e dos metros de fita que correram sobre estes assuntos? Mudou alguma coisa?!... Confesso que não ouvi dizer!
Telenovelas. Não é preciso falar, pois não? Floribela? Morangos com açúcar? Tempos para isto e para aquilo, gente disto e daquilo? Lembram-se do Anjo Selvagem! Claro que se lembram! Pergunta estúpida!
Crendices, normalmente associadas ao dinheiro (ou à falta dele) e ao umbigo, isto é, à preocupação egoísta. Comecemos pelo rendimento mínimo garantido, ideia muito boa de António Guterres, sem dúvida, que pretendia auxiliar as pessoas mais carenciadas a reerguerem a sua vida. Pois, mas eu ainda estou para ver quem é que via erguer o País depois da forma como o povo português se aproveitou deste subsídio.
A culpa foi de António Guterres? Terá sido de Durão barroso? A mim parece-me que foi do nosso umbigo. Quem não sofre muito com isso são os ditos chamãs, ou mestres de vudu, ou professores, astrólogos (o que seja)… toda essa digna camada de gente! Porquê? Porque se fartaram de receber para que o governo mudasse… Mudou? Nem por isso, só mudaram os rostos!

Ora, perante tudo isto, O MUNDO_ANDA MALUCO tinha duas hipóteses: falar sobre futebol e novelas ou ter uma assiduidade de visitas de 2, ou 3 pessoas por semana, mais ou menos aquelas vezes que nos cá viermos!
Escolhemos a segunda hipótese (morcões), porque o mal do Zé-povinho é não pensar sobre o que está por detrás daquilo que fascinando-o, cega-o.
Vamos dizer: chega; e maltratar esses senhores que pensam que não sabemos pensar, esses sábios de praça, sofistas dos nossos tempos.

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