27 de janeiro de 2010

1, 2, 3 - ApaNha-me!

A felicidade não é um tema fácil de se abordar. Não é um tema fácil nem de se explicar, nem de e entender; porque não é fácil falar daquilo que não se conhece, ou do que se conhece mal. É por isso que há uma enorme quantidade de asneiras ditas e escritas sobre a felicidade. Asneiras que, depois de conhecidas, nos deixam ainda mais confusos e infelizes.
Todavia, aqui e além, às vezes, há quem encontre alguém que consiga dizer coisas com sentido acerca da felicidade! Coisas simples, como parece ser a própria felicidade, claras e evidentes (diria Descartes) que nós percebemos e aceitamos ainda antes de as acabar de ouvir e de pensar nelas.
A última coisa do género que me chegou aos ouvidos e à alma dizia mais ou menos o seguinte:
- “A felicidade não se procura, como nas ‘escondidas’. Persegue-se, como na ‘apanhada’.

Não sei como isto te soa. Às vezes estas coisas só funcionam se apanharem o coração no passo certo. A meu ver é espantoso, e remete tudo o resto aos comentários.

PROCURAR:
Procurar implica saber o que se procura. Pressupõe, também, encontrá-lo e guardá-lo em segurança. - Não é assim?
Nas ‘escondidas’ as crianças ‘riscam’ os amigos que encontram – “um, dois, três: felicidade! Matei-te! Na, na na na, na..." – e o jogo continua sem a felicidade ao barulho. Caricato, não é?!

PERSEGUIR:
Perseguir, pelo contrário, não implica conhecer, nem sequer implica ver claramente, aquilo que se persegue. Pressupõe apenas correr, correr muito e sem parar.
Na 'apanhada', corre-se atrás da felicidade para vencer o jogo. E quando se a alcança, continua-se alerta e prontos para correr de novo, porque certamente ela arranjará maneira de se por ao fresco!
Caricato não é?! A maioria das vezes pensa-se o contrário: que é preciso vencer o jogo para conseguir a felicidade e que, nessa altura, ela estará segura para sempre...