23 de junho de 2007

uMa vIdA...

«Tenho saudades dos momentos em que vivia aproveitando cada minuto, cada segundo, sem consciência do tempo, da responsabilidade, do dever, da obrigação. Brincava, dormia, comia, falava, brigava, chateava e chateava-me, trabalhava, estudava... sempre com a mesma força, com a mesma unidade que faziam cada momento algo único, um tesouro imperdível, uma vida verdadeiramente vivida.
Tenho saudades das brincadeiras infantis, das piadas inoportunas, dos comentários censurados, da vontade enfrentada, do desejo espontâneo. Sonhava, desistia, enfrentava, construía, olhava... tudo era meu mas eu não era pertença de nada. Pensava ser Eu e somente Eu que vivia.
Agora cresci e descobri que nunca vivi sozinho, nunca fui um Eu uno, alguém esteve sempre a meu lado, melhor, em mim mais do que eu próprio [JC]... E também fui deixando-me em quem tocava, em quem olhava, em quem ajudava, em quem amava, com quem me relacionava, com quem partilhava. Mas também em quem odiava, em quem desprezava. Sim… as relações são isso mesmo, uma troca mutua de nós mesmos, uma manifestação, uma dádiva do que, em nós, é incomunicável.Sou eu e continuarei a ser Eu, em mim, e em todos os que querem continuar a fazer parte da minha história!»

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda bem que sou dessas pessoas. Das que dão e sobretudo, das que recebem (de ti).
Ao ler este texto senti-me em casa mas, extranhamente, não senti saudades desses tempos descritos. Talvez porque a incoerência continua presente na minha vida, não no sentido de incongrulências de atitudes mas sim da maneira inocente que vivem as crianças. Sou uma criança crescida mas não quero ser um adulto criança. É por isto que continuo a lutar.. pela sensação do amor pela primeira vez, da desilusão pela primeira vez, da luta pela primeira vez, da derrota, da euforia... como as crianças, pela primeira vez experimetar puramente.
Utopias, que queres?! Já me conheces. *

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