1 de junho de 2007

EMpeNho, EfiCÁcia, ExcElêNcia! e... aMor?

No nosso MuNdo_MaLucO da técnica, da produção, da economia e do economicismo, EMpeNho, EfiCÁcia, ExcElêNcia, ... são regras de ouro que surgem constantemente em qualquer projecto, em qualquer actividade, no que quer que seja.
Pensemos (como é nosso habito) …
Isto é bom ou mau?
Bem, seria uma imprudência dizer, simplesmente, uma ou outra coisa!
Com efeito, o Empenho, a Inteligência, a Eficácia, a Excelência e muito mais coisas não são, em si, nem más nem boas. (É exactamente como os sentimentos… São o que são, enquanto tal! …)
A sua positividade ou negatividade existe? Sim, sem dúvida, mas apenas enquanto relativa “àquilo que”, e “à forma como” estas coisas se aplicam. Passo a exemplificar…
Eficientemente falando, o que importa a um jogador de futebol é vencer o jogo e, se possível, marcar muitos golos! Contudo, se para atingir tais níveis de eficácia ele não se importar de enganar o árbitro, lesionar os adversários, ou mesmo, roubar os golos aos elementos da sua própria equipa a sua eficácia é boa?
Infelizmente, não podemos dizer que não é! Se a sua equipa conseguiu os seus objectivos! … A sua eficácia é impecável!
- Agora, “a forma como” ele consegue ser eficaz é, sem sombra de dúvida (que se roa quem quiser) muito má. É anti-desportiva; injusta; imoral, até...
Raciocíneo semelhante pode-se fazer em relação à ineficácia! À aparente ineficácia!
Estou certo de que todos nós conhecemos o filme Schindler's List (A lista de Schindler, a adaptação do livro Schindler's Art de Thomas Keneally).

Lembramo-nos, com certeza, de Oskar Schindler ter dado ordens ao seu contabilista e gerente para que as munições da sua fábrica fossem totalmente inofensivas ("ficarei seriamente chateado se algum dia alguma destas munições funcionar"), ou seja, de lhe recomendar, deliberadamente, ineficácia!
A Ineficácia era boa para Oskar? Não!.. Em pouco tempo todos seus os recursos esgotaram-se e ele caiu na falência e na pobreza!
- Já “aquilo pelo qual” ele recomendou ineficácia aos seus empregados, isso, sem dúvida, era bom!
Dado isto, pergunto: como poderemos saber quando é que devemos ou não ser eficazes, empenhados, excelentes, …?
O que é que me dá garantias da validade ética da minha eficácia, do meu empenho e da minha excelência?
Um valor superior, seria a resposta politicamente correcta, dita pela nossa sociedade laica. O tanas!
O tanas!
O que é um valor superior? Superior a quê? Porquê essa superioridade? O que é que torna a superiordade válida?…

Não podemos ir por aqui! Porque os valores, senhores, também não são nem bons e nem maus! Dependem daquilo e da forma como são utilizados!
Respondendo... O Pe. Dehon, fundador do Dehonianos, dizia: Não basta fazer bem as coisas, é preciso fazê-las com Amor…
E é, efectivamente, só o Amor (entendido enquanto Caridade) que nos pode ajudar nesta circunstância: A de sabermos como agir!
Isto porque
o Amor não é subjectivo, é universal. Porque o Amor não se rege nem por cotações económicas, nem por por ideologias políticas, ou por qualquer interesse pessoal mesquinho, mas apenas por si próprio. O verdadeiro Amor nunca falha e elimina todo o erro…
É por isso que Santo Agostinho
diz: Ama, e faz o que quiseres!
(Mas não se esqueçam de amar primeiro!)

1 comentário:

Anónimo disse...

"Um blog é um modo de partilha neste mundo informatizado em que vivemos. Partilha de ideias, opiniões, críticas, valores, reflexões... " - Escrevi num belo dia em que decidi criar um blog com uma matriz semelhante à deste que aqui vejo nascer.
Um pormenor: não passou de um primeiro post.
Vejo que o presente toma um rumo diferente: empenhado, consciente da sua pequenez, mas criado e alimentado com amor, o tal amor de cada acto.
Com um objectivo: mais!
Desde já vos acompanho e prometo deixar um comentário de quando a quando.

De acordo com o espírito do blog, uma inspiração poética:

"Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…

É a Hora!"

poema da ”Mensagem” por Fernando Pessoa.


É sempre hora de ser mais.

Related Posts with Thumbnails