3 de setembro de 2009

a FinaliDadE...


A nossa conspiração contra e a favor do MunDO_MalUCO tem andado adormecida, mas ainda não morreu!...

Hoje trago-vos um texto do Professor César das Neves (ilustre economista da nossa praça, profundamente cristão, homem cujas venturas e desventuras teremos todo o gosto em comentar noutra oportunidade), que citei numa ou duas ocasiões e que, para meu espanto, causou 'celeuma e discussão'.


São dois os meus objectivos:

a) provocar as vossas consciências e causar a discórdia e a confusão...

b) permitir-nos um contacto mais directo e, portanto, mais esclarecedor com o texto.

Aqui vai:

A Finalidade

<“O homem é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus, nosso Senhor, e mediante isto salvar a sua alma”. Esta frase é de santo Inácio de Loyola (Exercícios Espirituais, nº 23), mas a ideia que exprime é de todos os tempos. Ela não exprime um dever. Limita-se a fazer uma constatação de facto.

Um carro é feito para transportar. Um carro pode servir para coisas muito diversas, desde galinheiro até barricada numa luta de rua. Mas um carro foi feito para transportar pessoas e coisas. O mesmo se passa com a pessoa humana. O ser humano foi criado para louvar a Deus. Pode fazer muitas coisas, mas aquilo para que foi criado é o louvor de Deus.

Quem olha para o ser humano compreendendo a sua finalidade última entende muito melhor a vida, a sociedade e a história da humanidade. Das formas mais variadas e, algumas vezes, das maneiras mais estranhas, mais distorcidas e mais incompreensíveis, o ser humano manifesta continuamente esta razão fundamental da sua existência. Fomos criados para a felicidade. E a felicidade suprema e ver Deus.

Os poemas, as declarações de amor, por exemplo, são um caso típico desta manifestação. “Amar-te-ei para sempre” ou “não posso viver sem ti” são frases que, ao longo dos tempos, miríades de amantes trocaram entre si. E estas frases, mesmo quando bem intencionadas, não passam de patéticas mentiras. É claro que o amor pelo outro se esgotará em breve, nem que seja pela morte; e é obvio que quem ama pode perfeitamente viver sem a pessoa amada.

Mas estas frases são, num grau muito mais profundo, verdades intensas. Porque elas são, apenas, uma manifestação particular da verdadeira finalidade da vida humana. Através da pessoa amada elas dirigem-se a Deus. E, referidas a Deus, tornam-se perfeitamente verdadeiras: o amor de Deus só pode ser para sempre, no plano da eternidade; e a nossa existência não tem possibilidade de ser sem Ele.

No fundo, o que amamos na pessoa amada é aquela chispa de divino que o Criador nela imprimiu. Podemos não dar por isso, mas é Deus quem louvamos ao olhar para uma pessoa amada, tal como ao olhar uma flor, um livro ou um castelo; e até uma garrafa de vinho ou um monte de dinheiro. Porque essas coisas tê a assinatura do seu autor. E nós fomos criados para louvar essa presença, mesmo ténue, da divindade.

Assim, neste sentido, vivemos mergulhados em eus. É por isso, aliás, que não O vemos. Uma pessoa, sentada na praia, consegue ver o mar; mas quem mergulha nele deixa de o ver, exactamente porque ele está em toda a parte. Completamente mergulhados na criação de Deus, vemo-lo em todo o lado e não o notamos em lado nenhum. [...] >


O texto continua com a problemática do pecado... Mas, para já, basta-nos este trecho... Bom proveito!

- Reclamações e sugestões?! Nos comentários, por favor!

[in NEVES, João César das – Parábolas sobre Jesus. Principia, 2001; pg. 63.]

2 comentários:

Unknown disse...

Olá!!
Eu acho que conheço este texto sobre a "finalidade"!!! :D
Mas agora meditando sobre ele, é bem mais profundo do que julgava.

Abraços e fica bem :)

Manel disse...

Esta é a hora em que o adversário, rendido, baixa as suas armas, e em que o justo encontra a sua paz e glória!

Obrigado, Ana.

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